Disciplina: Sexualidade, Cultura e Política - Professor responsável: Júlio Assis Simões
1. Código: FLA0351 2. Disciplina prioritária ou indicação de conjunto: FLA0205 3. Curso: Ciências Sociais 4. Créditos - Aula:
Objetivos: O curso visa a oferecer uma introdução geral ao estudo da sexualidade, e suas interfaces com gênero e corpo, da perspectiva das ciências sociais, com foco privilegiado (mas não exclusivo) na Antropologia. Procura-se, de início, estabelecer as bases de uma visão da sexualidade como construção histórica e social, relacionando-a com as abordagens da temática na antropologia, que privilegiam o modelo da “influência cultural” e as conexões entre sexualidade, família e parentesco Na parte final do curso, discutiremos alguns temas e problemas da pesquisa em sexualidade, com ênfase na bibliografia brasileira de ciências sociais.
. Conteúdo (Segundo Semestre 2008):
13/14 ago: Introdução: em torno das conexões entre sexualidade, cultura e política
- Jeffrey WEEKS, “O corpo e a sexualidade”. In: Guacira Lopes LOURO, org. O corpo educado – pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p.37-82.
- Michel FOUCAULT. História da Sexualidade 1 – A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 2003. Cap. 1, 2 e 3.
- Michel FOUCAULT. História da Sexualidade 1 – A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 2003. Cap. 4 e 5.
Leitura complementar:
- Michel FOUCAULT, “Sobre a história da sexualidade”. In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, p.243-247.
- Michel FOUCAULT, “O sujeito e o poder”. In: Paul Rabinow & Hubert Dreyfuss, Michel Foucault, uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.
- Carole VANCE, “A antropologia redescobre a sexualidade”. Physis, Rio de Janeiro, n. 5, p. 7-32.
- Gayle RUBIN: “O tráfico de mulheres: notas sobre a ‘economia política’ do sexo”. Originalmente publicado em: Reiter, Rayna (Ed.): Toward an Anthropology of Women. Nova York, Monthly Review, 1973. (especial atenção à introdução, da pág.
- Bronislaw MALINOWSKI, Sexo e repressão na sociedade selvagem. Petrópolis: Vozes, 1973, parte IV, “Instinto e cultura”.
- Claude LÉVI-STRAUSS, “A família”. In: Harry L. Shapiro, org. Homem, cultura e sociedade. São Paulo: Fundo de Cultura, 1956. (há uma versão do mesmo texto em O olhar distanciado - capítulo 3)
- Pierre CLASTRES. “O arco e o cesto”. In: A sociedade contra o Estado.
- Gilbert HERDT. Guardian of the flutes: idioms of masculinity. Chicago, The
- Marilyn STRATHERN. O gênero da dádiva. Campinas, Ed. da Unicamp, 2006. Cap. 3: “Grupos: antagonismo sexual na Nova Guiné”, p. 81-113. Cap. 8; item “Meninos em crescimento e homens casadouros” ,p. 312-326
- Gayle RUBIN, “Pensando sobre sexo: notas para uma teoria radical da política da sexualidade” (Material didático apostilado).
- Eve K. SEDGWICK, “A epistemologia do armário”. Cadernos Pagu, 28, 2007, p. 19-54
- Sergio CARRARA e Júlio Assis SIMÕES, “Sexualidade, cultura e política: a trajetória da identidade homossexual masculina na antropologia brasileira”. Cadernos Pagu, 28, 2007, p. 65-99.
- Janice M. IRVINE, “The sociologist as voyeur: social theory and sexuality research”. Qualitative Sociology, v. 26, no. 4, 2003, p. 429-456.
- Peter FRY, Para inglês ver: identidade e política na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 cap. 4: “Da hierarquia à igualdade: a construção histórica da homossexualidade no Brasil”.
- Edward MACRAE. A construção da igualdade. Campinas: Ed. da Unicamp, 1990. cap. a selecionar
- James GREEN, Além do carnaval. A homossexualidade masculina no Brasil. São Paulo, Ed. Da Unesp. 2000. cap. a selecionar.
- Luiz Fernando DIAS DUARTE. “Pouca vergonha, muita vergonha: sexo e moralidade entre as classes trablhadoras urbanas.”. In: J.Sergio Leite Lopes, org., Cultura e identidade operária. São Paulo, Marco Zero, 1987.
- Maria Luiza HEILBORN, “Ser ou estar homossexual: dilemas da construção da identidade social. In: R. Parker e R. Barbosa, orgs. Sexualidades brasileiras. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1996.
- Jeni WAITSMAN, “Pluralidade de mundos entre mulheres urbanas de baixa renda.” Revista Estudos Feministas, v.5, n. 2, 1997, p. 303-319.
- Nestor PERLONGHER, O negócio do michê: a prostituição viril. São Paulo: Brasiliense, 1986. Capítulos a indicar.
- Don KULICK, Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008. Capítulos a indicar
- Adriana PISCITELLI. “Entre a Praia de Iracema e a União Européia: turismo sexual internacional e migração feminina.” In: Adriana Piscitelli et al. Sexualidade e saberes: convenções e fronteiras. Rio de Janeiro: Garamond, 2004, p. 283-318.
- Maria Filomena GREGORI. “Prazer e perigo: notas sobre feminismo, sex-shops e S/M.” In: Piscitelli et al. Sexualidade e saberes, op. cit., p.235-255.
- Tatiana LANDINI. “Pedofilia e pornografia infantil – algumas notas”. In: Piscitelli et al. Sexualidade e saberes, op. cit., p.319-342.
- Sergio CARRARA e Adriana VIANNA. “As vítimas do desejo: os tribunais cariocas e a homossexualidade nos anos
10. Métodos utilizados: Aulas expositivas e dialogadas.
11. Atividades discentes: Leitura da bibliografia indicada, preparação de seminários, participação nas discussões em classe.
12. Carga horária: Aulas Teóricas: 2 Aulas Práticas: 2
13. Critérios de avaliação da aprendizagem: Provas Escritas em Classe e Apresentação de Seminários.
Docente : Carmen Simone Grilo DinizDisciplina HSM5730
Violência de Gênero, Saúde Sexual e Reprodutiva
Objetivos |
OBJETIVOS: 1. Introduzir o aluno aos conceitos de gênero, saúde sexual e reprodutiva, em sua relação com a violência. 2. Informar sobre as utilizações dos conceitos, e suas aplicações na saúde pública no Brasil e no mundo. 3. Propiciar a reflexão sobre as respostas à violência no caso brasileiro: o desenvolvimento de políticas públicas, do campo acadêmico, e dos modelos de pesquisa. 4. Analisar, de uma perspectiva de gênero, as respostas brasileiras à violência (legislação, políticas públicas, serviços), seus alcances e limites. 5. Analisar o desenvolvimento de indicadores de avaliação dessas políticas. |
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Justificativa |
Nos últimos 20 anos, vemos o desenvolvimento de políticas em violência, muitas das quais na sua interface com a saúde. As organizações não--governamentais tiveram um papel pioneiro, e em parceria com universidades, desenvolveram programas de treinamento de profissionais de saúde para a identificação, manejo e referência dos casos, desenvolvendo modelos de pesquisa e indicadores que permitissem visibilizar essa violência. A violência de gênero, em especial nas suas interfaces e conseqüências para a saúde sexual e reprodutiva, se revela cada vez mais importante para a Saúde Pública, com o rápido desenvolvimento de indicadores específicos e de estudos de base populacional. Há uma crescente produção de dissertações e teses, mas apesar disso, no Brasil ainda é escasso o número de cursos que abordam o tema, tanto na graduação quanto na pós-graduação. Há uma crescente demanda por capacitação de profissionais para a atuação nessa área, em contraste com a falta de espaços de formação acadêmica, uma vez que as poucas alternativas de formação são aquelas oferecidas pelos serviços. No Brasil, uma das áreas em que o tema da violência conseguiu maior incorporação foram as políticas de saúde, graças também à influência do movimento de mulheres, que tem sido ativo em parcerias, treinamentos e publicações no campo. Entre os temas melhor incorporados estão aqueles relacionados à violência sexual, em parte por se mostrar mais instrumentalizável em "procedimentos" de saúde concretos tais como os da Norma Técnica de Violência Sexual, e sua interface com as DST/AIDS. A incorporação de outras dimensões tais como a violência física e psicológica, a prevenção da violência perpetrada pelos serviços, e o desenvolvimento de uma cultura de planejamento e avaliação dos serviços criados, ainda são desafios a serem enfrentados. O trabalho em redes de referência, interdisciplinares, deve ser uma prioridade para o desenvolvimento deste campo, uma vez que se trata de um problema tão multifacetado. |
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Conteúdo |
1. História do surgimento da `violência contra as mulheres` como tema público, desde o movimento feminista ao desenvolvimento de políticas públicas, e como campo acadêmico. A violência de gênero como tema de Saúde Pública. 1. História do surgimento dos conceitos de saúde e direitos sexuais e reprodutivos como tema público, desde o movimento feminista ao desenvolvimento de políticas públicas, e como campo acadêmico. As Conferências de Viena, Cairo e Pequim. A saúde sexual e reprodutiva como tema de Saúde Pública. 1. As origens e aplicações do conceito de gênero e de violência de gênero. Gênero e sexualidade. Gênero e reprodução. Avaliação de programas de promoção da equidade de gênero. 1. As origens, convergências, divergências e aplicações dos conceitos: violência contra a mulher, violência doméstica, violência intra-familiar, violência conjugal, violência sexual, violência psicológica, violência institucional, violência patrimonial e violência de gênero. 1. As inter-relações e conseqüências entre a violência contra a mulher na sua saúde física e emocional, a partir de estudos brasileiros e de outros países. Violência, morbidade e mortalidade. Indicadores e estatísticas em violência de gênero. Os estudos de base populacional. Modelos de avaliação de políticas e programas em violência contra a mulher. 1. Seminário: As inter-relações e conseqüências entre a violência de gênero sobre a saúde sexual e reprodutiva 1: regulação da fertilidade (contracepção e aborto) 1. Seminário: As inter-relações e conseqüências entre a violência de gênero sobre a saúde sexual e reprodutiva 2: a vivência da sexualidade segura (DSTs, AIDS) 1. Seminário: As inter-relações e conseqüências entre a violência de gênero sobre a saúde sexual e reprodutiva 3: concepção, gravidez, parto e pós-parto. 1. Seminário: Os homens no debate sobre saúde sexual e reprodutiva e violência. 1. As respostas brasileiras à violência contra a mulher: modelos de avaliação para um balanço de 25 anos. 1. Modelos de avaliação de políticas e programas em violência contra a mulher: apresentação pelos alunos. |
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Forma de Avaliação |
1. Freqüência 2. Participação 3. Apresentação dos seminários 4. Trabalho escrito resultante dos seminários (ensaio ou projeto de avaliação de serviços) |
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Bibliografia |
CONTEÚDO : 1. História do surgimento da `violência contra as mulheres` como tema público, desde o movimento feminista ao desenvolvimento de políticas públicas, e como campo acadêmico. A violência de gênero como tema de Saúde Pública. 1. História do surgimento dos conceitos de saúde e direitos sexuais e reprodutivos como tema público, desde o movimento feminista ao desenvolvimento de políticas públicas, e como campo acadêmico. As Conferências de Viena, Cairo e Pequim. A saúde sexual e reprodutiva como tema de Saúde Pública. 1. As origens e aplicações do conceito de gênero e de violência de gênero. Gênero e sexualidade. Gênero e reprodução. Avaliação de programas de promoção da equidade de gênero. 1. As origens, convergências, divergências e aplicações dos conceitos: violência contra a mulher, violência doméstica, violência intra-familiar, violência conjugal, violência sexual, violência psicológica, violência institucional, violência patrimonial e violência de gênero. 1. As inter-relações e conseqüências entre a violência contra a mulher na sua saúde física e emocional, a partir de estudos brasileiros e de outros países. Violência, morbidade e mortalidade. Indicadores e estatísticas em violência de gênero. Os estudos de base populacional. Modelos de avaliação de políticas e programas em violência contra a mulher. 1. Seminário: As inter-relações e conseqüências entre a violência de gênero sobre a saúde sexual e reprodutiva 1: regulação da fertilidade (contracepção e aborto) 1. Seminário: As inter-relações e conseqüências entre a violência de gênero sobre a saúde sexual e reprodutiva 2: a vivência da sexualidade segura (DSTs, AIDS) 1. Seminário: As inter-relações e conseqüências entre a violência de gênero sobre a saúde sexual e reprodutiva 3: concepção, gravidez, parto e pós-parto. 1. Seminário: Os homens no debate sobre saúde sexual e reprodutiva e violência. 1. As respostas brasileiras à violência contra a mulher: modelos de avaliação para um balanço de 25 anos. 1. Modelos de avaliação de políticas e programas em violência contra a mulher: apresentação pelos alunos. AVALIAÇÃO A avaliação do aluno será realizada através dos seguintes critérios: 1. Freqüência 2. Participação 3. Apresentação dos seminários 4. Trabalho escrito resultante dos seminários (ensaio ou projeto de avaliação de serviços) BIBLIOGRAFIA: 1. DINIZ, SG , D'OLIVEIRA, AF Gender Violence and Reproductive Health. Intl Journal. Gyn & Obst. 63 Suppl.1 (1998) S33-42. 2. D'OLIVEIRA, Ana Flávia e SCHRAIBER, Lilian. Violência de gênero, saúde reprodutiva e serviços. In GIFFIN, Karen; COSTA, Sarah Hawker(Org.). Questões da Saúde Reprodutiva. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1999. 3. D'OLIVEIRA, AFPL; DINIZ, CSG; SCHRAIBER, LB. Violence against women in health-care institutions: an emerging problem. Lancet, Estados Unidos, v. 359, p. 1681-1685, 2002. 4. GROSSI, M.P., 1994. Novas/velhas violências contra a mulher no Brasil. Revista Estudos Feministas, 1:462-472 5. HEISE, L.; PITANGUY, J. & GERMAIN, A., 1994. Violencia contra |
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